terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A ESTEATOSE E O ENVELHECIMENTO


      Olá pessoal! Vamos entender um pouco a relação que há entre a esteatose e o processo de envelhecimento. A esteatose é um distúrbio caracterizado pelo acúmulo de lipídeos em células hepáticas (principalmente), células parenquimatosas e células de fibras cardíacas devido a um comprometimento no metabolismo lipídico, o que forma vacúolos de gorduras no interior de tais células. Existem fatores mais relacionados à sua origem tais como resistência à insulina (fator central) obesidade, hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo II. Mais precisamente, vamos falar da esteatose hepática não alcoólica, que é um tipo de doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) visto que não é ocasionada pelo consumo de álcool e seus efeitos danosos no fígado. A esteatose hepática é mais comum no sexo feminino, provavelmente por ação do estrogênio.
       O hepatócito normalmente sintetiza lípideos e os exporta para o tecido adiposo.  Em condições normais de boa alimentação e metabolismo não há acúmulo de triglicérides no hepatócito. A esteatose hepática pode ocorrer devido ao excesso de oferta de ácidos graxos ao fígado. Há chegada de lípideos (na forma de NEFA ou ácidos graxos livres) em excesso ao hepatócito, provenientes do tecido adiposo, excedendo a capacidade do hepatócito de processá-los e reexportá-los. Ocorre então uma intensa mobilização de ácidos graxos no tecido adiposo. A ativação da lipase é excessiva devido principalmente à falta de insulina.


       A quantidade de ácidos graxos que aportam ao fígado é muito maior que a capacidade de metabolização pelos hepatócitos. Consequentemente há esterificação e acúmulo de triglicerídeos no citosol dos hepatócitos (esteatose). Essa doença pode ocorrer também em função de uma deficiência na produção de lipoproteínas, dificultando a exportação de triglicérides do fígado para outros tecidos. 
      Em relação ao envelhecimento, a esteatose pode ocorrer devido a alterações histológicas do tecido hepático e fisiológicas nos mecanismos de degradação lipídica ocasionadas pela senescência. Tais mecanismos podem sofrer modificações ao longo dos anos que irão afetar o metabolismo lipídico que ocorre no fígado, com maiores probabilidades de ocorrer em idades mais avançadas em decorrência dos diversos fatores que atingem os processos fisiológicos que promovem o envelhecimento, já tratados anteriormente neste blog. A tendência é que se engorde mais facilmente à medida que se envelhece. Portanto os cuidados com o corpo (alimentação adequada, pratica regular de exercícios físicos) devem ser cada vez mais valorizados com o avanço da idade.  


A esteatose hepática não causa sintomas. Normalmente, o diagnóstico é feito acidentalmente através de exames de imagem, como ultrassonografias ou tomografias computadorizadas solicitadas por outros motivos. A alimentação é o fator mais importante relacionada ao desenvolvimento dessa doença, pois essa é a principal fonte externa de gorduras para o corpo humano.


Não existe tratamento específico para esteatose. O alvo deve ser o tratamento dos fatores de risco já mencionados. A fase de esteatose pode ser reversível apenas com alterações dos hábitos de vida.

Postado por Beatriz Mariani

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