quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

APOPTOSE CELULAR


 

       Neste post vamos falar sobre apoptose celular e entender melhor seu mecanismo e sua relação com o envelhecimento.

       A apoptose, ou morte celular programada, é um fenômeno fisiológico essencial para a manutenção da vida. Ela consiste no suicídio celular geneticamente programado que demanda energia (diferentemente do que ocorre na necrose). Nesse processo a célula apoptótica é acometida de transformações conformacionais no seu citoplasma que após o rompimento da célula resultam em fragmentos celulares que são fagocitados por macrófagos teciduais, sem risco de dano químico ou toxicidade para as demais células do tecido. Assim, a ocorrência da apoptose leva à prevenção de contaminação de um tecido por células cancerosas e dá espaço para o surgimento de células novas no lugar de células envelhecidas.


 
      O processo da apoptose inicia-se com a condensação rápida da cromatina seguida da inativação do material genético. Devido a isso o citoesqueleto desorganiza-se, promovendo a deformação da membrana plasmática, enquanto que no citoplasma as organelas são empacotadas pelo retículo endoplasmático. O núcleo colapsa e segmenta-se em pequenas esferas, ou corpúsculos heterocromáticos. O citoplasma da célula inicia uma fragmentação progressiva formando os chamados corpos apoptóticos dentro dos quais ocorre a degradação do material genético denominada cariólise. Após ocorre a remoção dos restos celulares por fagocitose por macrófagos teciduais.

Células foliculares de folículo ovariano em processo de apoptose. As células apoptóticas perdem seus contatos com as células vizinhas. Observe que tais células mostram-se livres no tecido, além de exibirem outras alterações morfológicas e nucleares. (1) cromatina condensada já com alteração dos limites nucleares; (2) heterocromatina condensada em uma esfera compacta, ou assumindo posição periférica, formando anel ou placa; (3) núcleo fragmentado em corpúsculos heterocromáticos ainda contidos no interior da célula; (4) célula fragmentada, com a liberação de corpos apoptóticos, contendo fragmentos nucleares, e bolhas citoplasmáticas, sem conteúdo nuclear.
      As células que sofrem apoptose podem ser células envelhecidas ou modificadas que causariam danos ao tecido e por isso precisam ser removidas sem liberarem resíduos prejudiciais às células vizinhas. Por isso esse processo é fundamental em uma série de eventos normais nos tecidos dos organismos eucariontes. Um estudo publicado na edição de janeiro de 2011 da revista "Molecular Cell" descreve como a molécula ARTS controla esse processo e atua na modulação de tumores. ARTS é uma proteína mitocondrial que, ao se ligar a outra molécula, chamada XIAP, desencadeia o processo de apoptose. Embora a interação entre essas duas moléculas já fosse conhecida, ainda não se sabia ao certo como ela se dava. A molécula XIAP é responsável por controlar as caspases, enzimas ativadoras do processo de morte celular. Para permitir que a apoptose ocorra, a molécula ARTS ‘sequestra’ a proteína XIAP e inibe sua ação anti-apoptótica. Os pesquisadores observaram que, para realizar essa dupla ação, a ARTS conta com a ajuda de uma terceira proteína, a Siah-1. Com características pró-apoptóticas, ela é capaz de diminuir os níveis de XIAP no organismo. A descrição dessa operação pode ajudar a entender o desenvolvimento de tumores, visto que uma de suas principais características é justamente ser resistente à morte celular.

Postado por: Beatriz Mariani

Bibliografia:

http://cienciahoje.uol.com.br

http://www.ufrgs.br/biologiacelularatlas

http://www.cienciamao.usp.br

GAVA, A.A.; ZANONI, J.N. Envelhecimento celular

Um comentário:

  1. Embora sintético, uma boa e clara descrição. Continuar é necessário. Desvendar, imprescindível. Aprender, e eterno.

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